Quanto do seu dia é gasto no modo piloto automático? Fazendo coisas sem realmente estar ciente daquilo que está a fazer? No chuveiro sente verdadeiramente o percurso da água sobre o seu corpo ou a sua mente está em algum lugar completamente diferente? Quando está a comer, saboreia realmente a comida? Andando na rua, você vê e ouve o que está acontecendo ao seu redor ou está perdido nos seus pensamentos? Com frequência, passamos a vida como sonâmbulos no modo piloto automático, sem estarmos totalmente despertos para o que realmente está acontecendo. Trata-se de perceber os pequenos detalhes de nossa experiência.
Vamos, em conjunto, perceber o que é isso do piloto automático.
Para começar, a mente humana sempre teve a tendência de automatizar quase tudo o que fazemos. Isso porque torna a nossa vida mais fácil, assim que aprendemos a maneira correta de fazer algo, repete-se continuamente para não fazermos errado.
Pense no seguinte exemplo, Conduzir Um Carro:
Se já conduz, provavelmente notou que conduzir fica mais fácil com o passar do tempo. Pense na primeira vez que se sentou ao volante, provavelmente fica nervoso com todos os novos estímulos à sua volta, tendo de se concentrar em várias coisas ao mesmo tempo. O que está acontecendo à sua frente? O que está acontecendo atrás de si? Qual pedal pressionou? Como segurar o volante e assim por diante. Mas naturalmente, com o tempo, torna-se cada vez mais fácil. Provavelmente houve um momento em que era tão bom a conduzir que não havia mais necessidade de melhorias. E é aqui que o modo de piloto automático entra em ação. Não usamos a nossa atenção plena pois não temos que nos concentrar totalmente no que estamos a fazer no presente. Nesta fase, parece que só recupera a atenção quando algo imprevisto acontece, como quando o carro à sua frente pára de repente.
Se conduz, digamos, de casa para o trabalho, do que realmente se lembra do percurso? Com certeza, recorda-se do caminho de A para B, mas lembra-se quantas vezes mudou de faixa? Quantas vezes teve que parar num sinal de STOP? Ou quantas vezes parou num semáforo? Esta é uma evidência clara de que o modo piloto automático restringe a nossa atenção, parecendo que torna a nossa vida simples e fácil.
Conduzir não é o único aspecto das nossas vidas em que o modo piloto automático se aplica. Aplica-se a quase todas as coisas que fazemos regularmente e nem percebemos. O modo de piloto automático surge em tarefas rotineiras, como: levantar de manhã, escovar os dentes, vestir-se e assim por diante.
Às vezes, o modo piloto automático é benéfico, nos casos em que não precisamos da nossa atenção total. No entanto, há um ponto em que o modo de piloto automático não é benéfico e apenas limita muitas coisas que percebemos.
À medida que o modo de piloto automático intensifica isto pode tornar-se um grande problema, pois vai se dando mais e mais controlo da sua vida ao piloto automático incluindo muito daquilo que pensa. Os hábitos desencadeiam pensamentos que desencadeiam mais pensamentos que acabam por gerar ainda mais pensamentos habituais. Os fragmentos de pensamentos e sentimentos negativos podem formar padrões que ampliam as suas emoções. Sem dar por isso é invadido pelo stress pela ansiedade e pela tristeza. E quando repara nos pensamentos e sentimentos indesejados já eles se tornaram demasiado fortes para os conter. Um comentário de um amigo pode deixá-lo infeliz e inseguro. Um condutor que o atravessa à frente pode deixá-lo no limiar da irritabilidade e da raiva. Deixa-o exausto e desligado do mundo.
Depois é natural que se sinta culpado por se ter descontrolado e começa mais uma volta na espiral descendente. Muito rapidamente o piloto automático tende a ficar sobrecarregado com demasiados pensamentos, recordações, ansiedades e tarefas, tal como um computador com demasiadas janelas abertas. A mente abranda. Poderá sentir-se exausto, ansioso, e eternamente insatisfeito com a vida. E mais uma vez, tal como um computador, poderá paralisar ou até avariar.
Então como fazemos para desligar o modo de piloto automático? Como posso sair desse ciclo?
Quando chega ao ponto em que esta sobrecarga se apodera da mente consciente é muito difícil inverter o processo pensando simplesmente numa forma de sair pois isso seria como abrir um outro programa no computador sobrecarregando com mais uma janela. Em vez disso, tem de descobrir uma forma de quebrar o ciclo assim que se apercebe de que ele comece.
O primeiro passo para aprender a lidar com a vida de forma mais hábil. implica treinar-se para se dar conta de quando é que o seu piloto automático está a assumir o comando de modo a poder selecionar onde pretende focar a sua atenção.
Precisa aprender a encerrar alguns dos programas que continuaram a correr na sua mente. Tem de reaprender a concentrar a sua atenção numa coisa de cada vez.
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