Já pensaste no poder dos estereótipos? Vamos falar sobre a icónica boneca Barbie, que por décadas tem sido símbolo de beleza e perfeição. A Barbie, ao longo dos tempos foi se adaptando e integrando na diversidade humana. Apesar de haver uma culpabilização de determinada marca para os estereótipos, sinto que não é propriamente a Marca X ou Y que nos coloca dentro de caixas, mas sim o contrário. A Barbie construiu a visão crítica sobre a Mulher e a sua imagem? Errado. Quem fez isto foi a sociedade. E é através daí que as marcas são criadas e nutridas. Qual o teu contributo? O que queres mudar na visão atual?
Todos nós nos separamos em caixas, rotulamos e nem chegamos a abrir, não dando oportunidade de perceber o que existe para além do rótulo.
Em que as impressões que criamos vamos nutrindo e criando necessidades nas marcas que acabam por nos satisfazer. Percorrendo o caminho da perfeição, seja esta física, emocional ou social. Temos uma linha de vida a seguir e não podemos falhar e o mesmo acontece com o que nos é imposto naquilo que representamos.
Hoje enquanto adulta e profissional de saúde percebo a importância da representatividade através de brinquedos e da Cultura Barbie, onde criamos perceção de nós próprios, das nossas vivências e do Mundo ao nosso redor.
Quando se cresce com alguma diferença, gradualmente vai se aprendendo (negativamente) que nunca cabemos na caixa, dentro do padrão e daquilo que os outros esperam. E torna-se determinante para todos nós, descobrimos que o nosso valor vai para além daquilo que está escrito na caixa. Sim tu cabes na caixa, mesmo que te façam acreditar que não cabes, cabes…mas é bom que não te limites a caber na caixa.
O teu valor é algo teu e precioso, não muda conforme as ondas, sobem e descem, não muda conforme modas. É ilimitado e renovável. Aprender a explorar esta energia dentro de ti pode transformar a tua visão da vida e alterar radicalmente a maneira como te sentes. E aí consegues sair da caixa, o que significa abraçar a individualidade, ser corajoso o suficiente para seres tu mesmo, sem te preocupares com o julgamento alheio. É acreditares que és capaz de alcançar grandes feitos, mesmo que isso signifique seguir um caminho não convencional.
E olhares para o teu valor não é assim tão fácil, quando as pessoas agarram uma característica tua, ou um acessório, e transformam na tua identidade: seja a cor de pele, o peso, a altura, teres ou não deficiência. Deixo-te o desafio de olhares para cada uma destas minhas versões de Barbie:
Foto 1) Barbie sem acessórios;
Foto 2) Barbie com deficiência física (de pé) Mala e óculos
Foto 3) Barbie com deficiência física utilizadora do acessório Cadeira de Rodas
Olhando.... o que te faz sentir? Pensar? Que partes em ti ficam ativas? De pena? Compassivas? Julgadoras? Críticas? Faz este exercício sem filtros….
E surpreenda-se com a grande diferença que apenas um acessório pode ter na identidade de alguém. Em cada uma delas está a mesma Mulher, com e sem acessórios e é incrível como a representação acerca de cada uma delas é tão diferente.
Deixo uma hipótese de pensamentos/ sentimentos que poderão surgir em cada uma. Não se assustem, são apenas hipóteses, e tenho a certeza que não seria a sua. Foto 1) uma simples Mulher bonita baixinha;
Foto 2) “Deficiência? Nem reparei.” “O que será que ela tem? Coitada, com uma cara tão linda...”
Foto 3) “Tão jovem e já assim. “É pena...” “Coitadinha..” “É uma inspiração...” “Pobre rapariga, destinada à tristeza...”
Todas estas visões são discriminatórias mesmo que venham embrulhadas em elogios. O exercício é olhares para ti e para os outros, fora da caixa, fora da crítica e realmente valorizando a pessoa e não os seus acessórios sejam eles (ou não) funcionais. Aí sim, vamos sair de imagens redutoras do nosso valor. Procura afastar de ti as pessoas que dão mais ênfase aos acessórios da caixa 🦼do que a ti mesmo. Quem enfatiza os acessórios, efetivamente não te consegue ver. E se tu fazes isto contigo próprio, podes ter sido contaminado com a cola dos rótulos dos outros. Explora o valor que há em ti, não pelas tuas conquistas e talento, mas por aquilo que realmente és quando falhas, sendo Brilhantemente Imperfeito.
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