Nestes últimos meses muitas pessoas no mundo estão a ser impedidas de se despedirem de quem amam e de não estarem presentes nos seus últimos momentos de vida.
Se nós considerarmos que cada pessoa que perdeu a vida durante o período de pandemia tem, pelo menos, 10 pessoas significativas, estamos a falar de milhões de pessoas que estão a sofrer com a dor da perda.
Em muitos casos essa dor está ser silenciada pelo ruído de constantes notícias de números de doentes covid, vacinação, regras, etc. Dificultando o conhecimento da dimensão da dor e desvalorizando perante as circunstâncias que o rodeiam.
O luto durante a pandemia pode ser extremamente duro e solitário, em que as pessoas enlutadas podem ainda, devido ao isolamento, estarem afastadas da sua rede de apoio.
Por vezes a pessoa enlutada encontra-se a viver sozinha na casa onde partilhou com quem perdeu, aumentando as memórias dolorosas. Uma família enlutada, em isolamento, pode representar apoio ou uma fonte de conflitos e ressentimentos. Vivenciar o luto estando rodeado de outras preocupações intensas (como por exemplo: contaminação; teletrabalho; gestão de filhos,...) pode ampliar e criar “nós” nas nossas emoções Prolongando a adaptação à perda. E com tudo isto vê-se aumentar o risco de luto patológico.
Nesta fase pode apoiar-se tentando manter contato com as suas Fontes de apoio; apanhar luz solar ou fazer uma breve caminhada pode ajudar. procure manter uma rotina regular. E aceite que a sua energia será reduzida daí que a tristeza aumentada.
Se considerar que o sofrimento é tão perturbador que o impede de realizar as suas atividades quotidianas, procure a ajuda de um psicólogo. A partir do momento que experienciamos uma perda parece que compramos um bilhete para uma montanha-russa, um tanto ou quanto agitada.
Se quer apoiar alguém que está agora a lidar com a perda tente manter contato e dê-lhe espaço para simplesmente narrar o que sente e pensa sem criticar.
Se respeita a dor destas perdas cumpra as regras.