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O Luto - Viagem numa Montanha-russa

Ao longo da nossa vida é quase impossível nunca vivenciar uma perda.

Esta perda pode ser por falecimento de uma pessoa que amamos ou perda de saúde, de emprego ou rutura de relações. O luto é a resposta natural e saudável a um processo de perda. Esta resposta traz-nos dor.

A partir do momento que experienciamos uma perda parece que compramos um bilhete para uma montanha-russa, um tanto ou quanto agitada.




Vivenciar o luto é entrar em contato com a dor e essa dor pode ser tão intensa que tentamos nos proteger ignorando-a. A tentativa de restrição pode-nos desproteger cada vez mais e intensificar a agitação desta jornada na montanha-russa. Cada um de nós lida com a perda de forma única diferente e singular. Não existe um tempo específico para processar essa dor mas é comum ouvirmos: “isto aconteceu-me há tanto tempo, já não devia ter passado? já não me doía pensar nessa situação, o que aconteceu?”


Pensemos nos seguintes exemplos:

A) O J. perdeu a mãe e considera que a dor da perda se tem vindo a atenuar. No entanto, o aniversário da mãe do J. aproxima-se e muitas memórias avivam e a dor intensifica-se.

B) A M. terminou o casamento há 2 anos e ao conhecer uma nova pessoa começa a experienciar pensamentos e sentimentos dolorosos referentes ao casamento terminado.


Como podemos observar nestes exemplos, o luto não tem forma, tempo específico nem determinada maneira de se manifestar.

O luto é um processo de adaptação, aceitação, reorganização e reconstrução. Um conjunto de tarefas exigentes que nem sempre conseguimos solucionar sozinhos. processar o luto não significa esquecer as nossas perdas. Significa que mesmo a perda sendo permanente, iremos reajustar a nossa forma de pensar, sentir e agir. Este reajuste implica que iremos entrar em contato com pensamentos e lembranças (dolorosas) associadas à perda e mesmo assim continuar a investir nos nossos objetivos de vida.


E este (re)contato envolve oscilar entre momentos de dor e bem-estar andando numa longa e intensa montanha-russa.


Se considerar que o sofrimento é tão perturbador que o impede de realizar as suas atividades quotidianas, procure a ajuda de um psicólogo. Com apoio profissional estas oscilações serão menos íngremes.

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