Ansiedade é uma emoção normal e adaptativa. A Ansiedade alerta-nos para alguma situação potencialmente arriscada ou de perigo. Como é uma emoção desconfortável nós perguntamos "Ansiedade para que te quero?" Se não sentíssemos ansiedade estaríamos em constante risco e por sua vez sentiríamos as consequências de tal.
Quando falamos de risco poderemos estar a falar de situações simples ou complexas, reais ou imaginadas, por exemplo: a realização de uma avaliação académica; sair a rua e estar preocupada com o que os outros vão pensar; ter medo de um animal específico; andar de autocarro ou avião; ir a um centro comercial cheio de gente; andar de elevador; etc.
Todas as pessoas, ocasionalmente, sentem-se ansiosas. No entanto, se a ansiedade foge do nosso controlo pode tornar-se incapacitante e gerar um intenso sofrimento. As perturbações de ansiedade são um dos problemas de saúde mental mais comuns.
A Ansiedade quando foge do nosso controlo pode se manifestar no nosso corpo, forma de pensar, sentir e agir. Deixo alguns dos sinais:
Se olharmos para estes sinais percebemos que estes dão um alarme que algo não está bem.
Os sinais físicos fazem com que a pessoa acredite que tem uma doença física e inicie uma boa busca incessante por um diagnóstico. Habitualmente, as pessoas dão entrada frequente no serviço de urgência, procuram médicos, realizam exames atrás de exames, sem respostas conclusivas.
Para além destes sinais físicos surge aqui a incapacidade de controlar a ansiedade, em que constantemente dispara um alarme para situações potencialmente perigosas e aí percebemos que este alarme está a dar notificações em situações bastante simples. O sujeito começa a perceber que a sua preocupação poderá ser excessiva e irracional mas não consegue controlar. Esta preocupação pode ser em relação à sua saúde, família, trabalho ou outra dimensão da sua vida.
Como solução o evitamento parece ser a carta mágica em que a pessoa decide escapar, fugir e evitar situações que considera perigosas, ameaçadoras ou desconfortáveis. A estratégia de evitamento diminui o medo naquele momento, no entanto em situações futuras aumenta a ansiedade, aumenta a força do pensamento negativo, reforça a nossa sensação de Ineficácia e não nos dá a possibilidade de verificarmos se a situação é realmente perigosa.
Em vez de evitarmos poderemos gradualmente enfrentar a situação assustadora.
Quanto mais evita os seus medos mais estes aumentam. A única forma de os diminuir é a enfrentá-los. Sente-se com eles, fale com eles. Parar para reconhecer o que está a sentir, poderá ser uma excelente maneira de o fazer e pergunte a si mesmo: Que sensações físicas tenho? O que estou a pensar? Como me estou a sentir? E assim, em tempo real, terá a oportunidade de os legendar. E aproveite para dialogar com estas emoções, pergunte ao medo “Se pudesses falar comigo o que me estarias a dizer? De que te estás a queixar? O que me estás a pedir?”. Este diálogo com as suas emoções, tende a retirar-lhes força e a dar-lhe maior capacidade de regulação emocional.
Perder o controlo da sua ansiedade não é sinal de fraqueza e deve ser encarado com seriedade. Existem intervenções eficazes para reduzir e aprender a gerir a nossa ansiedade. Pedir ajuda é o primeiro passo para quebrar o ciclo de medo e insegurança. Um Psicólogo pode efetivamente ajudá-lo a ganhar bem-estar e a aprender estratégias para gerir a ansiedade. Não continue a desvalorizar o sofrimento que a ansiedade lhe traz.
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